Mais de 400 mil pessoas já foram tocadas por emoções artificiais. Esse é o numero de visitantes das quatro edições anteriores da Bienal de Arte e Tecnologia do Itaú Cultural. Desde 2002, as mostras não só exibem, mas também ajudam a fazer a história da arte do nosso tempo.
Uma forma de arte que se apropria das novas tecnologias, subvertendo seus usos, desafiando as razões para as quais foram criadas. Não importa se são artefatos conhecidos ou o retrato do que de mais avançado existe na ciência. Pela bienal já passou um robô feito de aspirador de pó acoplado a câmera de vigilância, que reagia a quem se aproximasse. Neste ano, na quinta edição da mostra, neurônios de rato reproduzidos em laboratório sentem os visitantes por meio de sensores e controlam, lá dos Estados Unidos, braços de robôs que a lápis desenham em tubos de PVC instalados em plena Avenida Paulista. E tudo isso feito para ser arte: tecnologia criada comercialmente mas utilizada para surpreender, provocar e emocionar.
E como toda arte que merece esse nome, as obras da bienal não precisam ser entendidas. As exposições são abertas a todos: desde crianças e leigos, que se divertem e interagem, passando por quem aprecia a beleza poética de muitos trabalhos, até quem compreende a complexidade de softwares e máquinas que parecem ter intenção e vontade próprias.
Neste ano, na quinta edição da bienal se completa uma trilogia de conceitos que vêm orientando a escolha dos trabalhos. Em 2006, as obras traziam à tona a questão da interface sob o ponto de vista da cibernética, disciplina que estuda a interação entre entidades sem diferenciar as biológicas das artificiais. Em 2008, foi a vez da emergência: trabalhos nos quais o ciclo cibernético permitia às próprias máquinas fazerem surgir comportamentos e regras imprevisíveis até mesmo aos seus criadores.
Agora, em 2010 a bienal é norteada pela noção de autonomia cibernética, pela evolução de regras e padrões derivados dos comportamentos emergentes das próprias máquinas. Grosso modo, é como se as máquinas percebessem que seu próprio comportamento leva a coisas vantajosas ou prejudiciais aos seus objetivos. Com isso, podem mudar de ideia e agir como se tivessem “personalidade”.
Para discutir, refletir e provocar as mentes inquietas para ideias tão complexas, a bienal vem sempre acompanhada de um simpósio internacional, que coloca em debate pensadores de diversas áreas. Fique atento à programação das mesas e acesse o registro e a cobertura das edições anteriores.
Para quem quiser diversão, interação ou reflexão as portas da Emoção Art.ficial 5.0 estarão abertas. Em cartaz entre 1º de julho e 5 de setembro de 2010, na sede do Itaú Cultural em São Paulo.
Fonte: http://www.emocaoartficial.org.br/
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