domingo, 30 de dezembro de 2012

Uma Questão de Afinação Por Maria da Graça Rocha







Uma Questão de Afinação

Maria da Graça Rocha


As nuvens mudavam de posição a todo segundo, com os passos longos, constantes, nervosos, impacientes de São Pedro. Algo muito forte havia ocorrido aqui na Terra. São Pedro com a chave pesada que lhe batia a pança, ordenou a um anjo de sua legião que voasse até aqui para saber o que estava se passando. Sabendo-se da notícia, aí é que o corre-corre foi maior, escutava-se barulho de gente arrastando piano, outros afinando harpas, outros violinos, cada um em busca do seu instrumento: outros de tinta. Assim foi um ensaio geral.

Já escurecia quando a orquestra afinada regida pelo maestro Mozat e seus músicos, Liszt, Rachmaninof, Strauss, Beethoven, Brahms, Chopin. Lia-se uma faixa segura por dois ex-alunos da Banda Lira da Esperança -Paulo Cézar e Ney. “Seja bem vinda dona Antonieta” ao som do Concerto nº1 de Tchaikovsky.

Ela assim um tanto assustada diante da recepção, vestia simplesmente um vestido preto e branco, com um casaco que lhe caia desalinhadamente no braço esquerdo; com um pé no último degrau da entrada lá do céu, disse:

Tá tudo muito bem! Mas tem um desafinado entre vocês!

Fonte: Facebook de Esmeralda Olivier Pinto

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Quando o verde tomou conta de Laje, por Guilherme Carvalhal

Matéria do "Noroeste em Revista.com.br", lançado  hoje na rede, com a entrevista exclusiva do Dr. Rivelino Bueno, Candidato Eleito a Prefeito de Laje do Muriaé- RJ.  http://www.noroesteemrevista.com.br/ner/quando-o-verde-tomou-conta-de-laje/


"Rivelino Bueno conta sobre as propostas para seus 4 anos de mandato na cidade
                          (Foto: Marco Antônio Rezende II)
               Rivelino Bueno conta sobre as propostas para seus 4 anos de mandato na cidade

O dia 7 de outubro foi um dia de mudanças para Laje do Muriaé após a confirmação do resultado das eleições. O anúncio da vitória do candidato Rivelino Bueno (PSC) sobre o prefeito José Eliezer (PMDB) tem sido considerado um momento bastante significativo pela derrota de um grupo que estava há 24 anos seguidos à frente do poder municipal.
Após o anúncio da vitória, a população foi às ruas com as bandeiras verdes, símbolo da candidatura de Rivelino, para comemorar a expressiva vitória, com direito ao trompetista Silvério Pontes tocar o Hino Nacional Brasileiro e “Pra não dizer que não falei das flores”.
A vitória se deu após um complexo embate eleitoral. No início, além da candidatura de Rivelino e José Eliezer, também houve a chapa da oposicionista Edilene Goulart (PRB), dividindo os votos da oposição. Porém, na última semana da eleição, Edilene abdicou de sua candidatura e fez um comício conjunto com Rivelino, conclamando seus eleitores a votarem nele. O resultado foram 3076 votos em Rivelino contra 2662 de José Eliezer.
Em entrevista, o prefeito eleito fala sobre como foi esta campanha, colocando-se como um “Caçador de Empresários” na tentativa de atrair novos investimentos e apontando a necessidade de fazer desde o dever de casa até investir em áreas como o turismo e a expansão do esporte.
Conte sobre sua trajetória de trabalho.
Eu nunca pensei em me candidatar a um cargo político. As coisas foram acontecendo de uma forma natural. Tudo começou no final de 2010, quando eu era delegado aqui e a gente vinha realizando um trabalho há 4 anos como delegado de polícia, e fui transferido daqui repentinamente. E segundo informações extraoficiais, o motivo seria interferência política. Com a minha saída daqui, surgiu a ideia em alguns setores do movimento de oposição de Laje do Muriaé em me lançar como candidato. E eu fui alimentando a ideia, as coisas foram acontecendo, até chegar aonde nós chegamos. Foi uma coisa que começou no final de 2010 e depois nós fomos trabalhando para construir esta candidatura.
Como surgiu a ideia de você vir como o candidato a prefeito desta chapa?
Eu era delegado aqui desde 2006, e a gente via que tinha necessidade de uma mudança política no município. O município de Laje tem muitas carências e nós temos um amor pela cidade, pelas pessoas, e a gente achou que poderia contribuir neste processo de mudança política. Então nesta caminhada eu sempre pontuei que eu não obrigaria minha candidatura. Em nenhum momento houve esta obrigação. Eu coloquei meu nome como uma opção e o grupo deste movimento de oposição o apoiava e a gente foi levando à frente. Então foi esse interesse em ver essa mudança política em Laje. Ver que Laje é uma cidade que há 24 anos depois dessa permanência deste grupo político não está crescendo, não está se desenvolvendo. Há um decréscimo populacional que é o maior do estado.
Nesta candidatura sua, a Força Verde teve um grande papel de apoio e acabou se tornado uma associação. Como o senhor vê a relação entre estas duas partes, o senhor e o grupo que o está apoiando?
Eu vejo de forma positiva. Você vê pessoas interessadas pelo município, pela questão social, pela questão política. Então a gente tem a perspectiva de ter mais um órgão dentro de Laje que vai ajudar o governo a desenvolver ações pro bem da comunidade. Então a gente pretende ter uma comunicação positiva com a Força Verde. Até porque foi um organismo que esteve junto conosco na caminhada política.
O senhor ganhou de um grupo que estava à frente da Prefeitura há mais de 20 anos. Como você qualifica esta vitória?
Tivemos que lutar muito. Eu não tenho dúvidas em dizer que aqui na região a vitória política mais significativa que houve foi em Laje do Muriaé. Por conta deste histórico de 24 anos. Eu até fiquei muito surpreso com a vitória do Josias Quintal lá em Pádua, e até achava que a vitória dele foi mais significativa. Mas refletindo melhor eu chego à conclusão que não, porque Laje do Muriaé é um município hoje que você tem mais de oito anos que não tem uma empresa se instalando no nele para gerar empregos. E o grau de dependência da população com o poder público é muito grande. Então pra nós foi uma barreira muito grande enfrentar estas adversidades. Você entrar na casa de eleitor que tinham placas do adversário, mas diziam que iriam votar conosco. E a gente teve que caminhar com muitas adversidades por conta da situação econômica e política do município. Há um histórico no município, há uma realidade de perseguição política, as pessoas que manifestavam apoio político a um lado por conta de algum vínculo com o poder público. Nenhum outro município tem este vínculo político com o poder público como Laje. Então você enfrentar este grupo que estava enraizado há 24 anos foi muito difícil. A gente teve que trabalhar com muita sabedoria, muita persistência, perseverança, para conquistar a credibilidade da população.
Quais desafios que o senhor antevê para este quadriênio em que ficará à frente da prefeitura?
O maior desafio aqui em Laje hoje é a falta de emprego. Conforme falei, o município já tem mais de 8 anos que não vê uma empresa se instalando para gerar empregos. A gente tem muitas pessoas na informalidade, muitas saindo para a região dos Lagos, para o Rio de Janeiro. Então a questão da falta de emprego é um desafio que temos, porque é algo que não depende só do poder público. O poder público tem uma obrigação com a saúde, a educação, a agricultura, o meio ambiente, com a cultura, então a gente depende de parcerias com a iniciativa privada. Nós temos este desafio e vamos trabalhar em prol disso. Eu tenho até dito que eu sou agora um caçador de empresários. A gente quer ver a cidade crescendo, desenvolvendo, e esse é o grande desafio. E nós temos outros desafios. A questão da saúde. Há uma reclamação muito grande da população em relação à saúde. A gente tem que fazer uma saúde de qualidade. A educação de Laje hoje está entre as seis piores do estado. É outro desafio. Enfim, são vários. Hoje nós não temos nenhum programa municipal na área da agricultura. Se você hoje me chamar pra gente visitar a secretaria de cultura, a secretaria de esporte, de agricultura, ela sequer tem uma sede onde você possa ir lá conversar com o secretário, com as equipes. Então a estrutura do município a gente vai ter que estar montando isso e começar a trabalhar pra melhorar a situação.
 
(Foto: Marco Antônio Rezende II)

A cidade teve recentemente a instalação de empresas como a Cristal Temper. Você acredita que Laje do Muriaé tem as condições ideais para atrair investimentos? E o que mais pode ser feito para atrair empresas de fora e estimular as próprias empresas locais a se desenvolverem?

Um fator muito positivo em Laje na geração de empregos é a disponibilidade da população. Ou seja, o povo de Laje tem muito interesse nisso. As pessoas estão interessadas em trabalhar, em ganharem honestamente o seu dinheiro. Eu vejo isso como um fator positivo, no sentido de que a cidade por ter uma logística de cidade pequena permite que haja uma interação muito grande entre a empresa e o funcionário. Você tem nos grandes centros uma dificuldade de transporte, do funcionário chegar até o seu local de trabalho. Este problema você não tem em Laje por ser uma cidade pequena, então as pessoas tem esta facilidade em ter acesso aos locais de trabalho. Então nós estamos dispostos a ceder local para instalação destas empresas. Nós temos locais aqui onde estas empresas podem construir seus galpões. E podemos conceder isenção fiscal de impostos da competência do município, no sentido de gerar mais emprego. Então existe esta boa vontade de nós em facilitarmos a instalação de empresas em Laje do Muriaé para solucionar este grave problema social que é a falta do emprego.

No seu plano de Governo fala muito sobre área de agricultura, como patrulhas mecanizadas qualificação de técnicos que atendem ao produtor rural, cuidado com estradas vicinais, incentivo à produção ecologicamente correta, etc. Este seria um reflexo da alta dependência de Laje da economia rural?

O setor agrícola em Laje hoje está abandonado. Hoje Laje depende muito do comércio, das poucas indústrias que nós temos, em termos de geração de emprego. Nós temos ações na área da agricultura que vão ser executadas por conta da gestão que nós vamos implementar no município. Conforme falei, o município hoje não tem uma sede da secretaria municipal de agricultura. Então a gente precisa ter isso que é uma coisa básica para que haja uma gestão nesta área. Pessoas ali pensando sobre agricultura, e botar em prática coisas simples na área rural. É você manter a estrada rural em perfeitas condições de trafegabilidade. É você ter uma assistência ao produtor rural na área de veterinária. E implementar outras ações de acordo com a vocação do município. Nós temos uma vocação pra área da piscicultura. Você tem que implementar isso no município. E o que está faltando em Laje nesta área de agricultura é gestão. Essa infraestrutura mínima para que a gente coloque isso em execução.

A situação das enchentes se tornou recentemente um dos maiores problemas municipais. Falou-se há alguns meses na criação de um canal extravasor no município, que inclusive foi tema de uma audiência pública. Como o senhor pretende trabalhar nesta questão?

O projeto do canal extravasor é um projeto. A enchente realmente é um problema muito grave em nosso município, porque a região urbana dele praticamente ocupa a extensão do rio. E as enchentes tiram as pessoas da sua normalidade, da sua serenidade, as pessoas ficam preocupadas. Tem pessoas que constroem patrimônio e às vezes veem este patrimônio se perder da noite para o dia. É um problema grave e existe a solução do canal extravasor. Na primeira oportunidade que estivermos com o Governador, porque esta obra vai ser do Governo do Estado, nós vamos cobrar a implementação, a agilização, para que nós não tenhamos mais problemas de enchente em Laje do Muriaé. É uma questão que nos preocupa. E paralelo a isso, claro, toda prefeitura tem que ter uma equipe de defesa civil, um plano de emergência para nestas situações emergenciais dar o atendimento para minimizar a dor, o sofrimento do povo.

Já que você citou a questão de parceria com outras esferas do Governo, prefeituras de cidades de interior como Laje do Muriaé costumam ter dificuldade em gerar receitas próprias, o que gera dependência de investimentos públicos estaduais e federais. Quais os projetos que o senhor pretende levar a essas duas esferas?

Hoje no atual sistema tributário brasileiro, os municípios tem uma arrecadação que às vezes não permite que com recursos próprios ele consiga executar as políticas públicas. E o município tem que ter um zelo muito grande na contenção de despesas para que ele tenha assim toda tranquilidade para pelo menos pagar um bom salário ao servidor público e fazer uma boa gestão na área da saúde, da educação. Mas mesmo assim os recursos são poucos diante da demanda que temos. Então o município que hoje quer se desenvolver tem que ter uma boa gestão junto ao Governo Estadual e ao Governo Federal. E nós obviamente pretendemos estabelecer convênios com ambos os Governos no sentido de trazer estes recursos, de trazer estes projetos para Laje do Muriaé. Já existem alguns convênios em andamento, alguns projetos, e nós vamos manter e vamos estimular. Também vamos propor a criação de outros. Através da nossa equipe de planejamento vamos trabalhar com muita atenção nesta questão para trazermos mais recursos para o município para que possamos implementar novas políticas destinadas a melhorar a qualidade de vida do nosso povo.


(Foto: Marco Antônio Rezende II) 


O seu plano de Governo fala sobre a criação do Complexo Esportivo de Laje do Muriaé. Como ele funcionará?
O município de Laje hoje na área de esporte está muito focado no futebol. Você não vê outra prática esportiva sendo desenvolvida no município. Só vê o futebol. Então a ideia do complexo esportivo é para que nós possamos concentrar em um local e aí entra a questão da necessidade destes convênios com o Governo Estadual e Federal. Então a gente pretende construir em Laje um Complexo Esportivo para que nós concentremos em um local a prática esportiva, o desenvolvimento das políticas de esporte dentro de Laje. E não só voltada por futebol, mas oferecer à população outros esportes como voleibol, basquetebol, que são atividades esportivas muito praticadas. E a gente pretende construir aqui em Laje, em parceria com o Governo Estadual e Federal, este Complexo Esportivo para que a população possa ter um ambiente onde ela possa praticar os mais variados tipos de esporte, o atletismo, natação. Nós não temos isso em Laje. Então a gente precisa de fazer um trabalho sério nesta área para mudar a atuação de Laje nesta área esportiva.
Como o senhor apontou no início da entrevista, o último Censo apontou êxodo dos moradores para fora. Você acredita que há condições de no seu mandato reverter este quadro e fixar os residentes na cidade?
Nosso objetivo é esse. Laje hoje, de acordo com o Censo do IBGE em 2010, é o município onde houve maior decréscimo populacional do estado. E este eu considero um dado muito grave, muito sério, e se a gente for acompanhar a situação do município hoje, vamos perceber o porquê de isso ter acontecido. Conforme nós falamos, o município hoje não tem oferta de empregos. Nós temos vários jovens que todo ano terminam seus estudos e não tem aqui crescimento econômico que ofereça lugar de trabalho pra nossa juventude. Muitos tem que sair de Laje e acabam depois fixando residência em outros locais porque não tem oportunidade de emprego. Você tem outro problema dentro de Laje hoje que é um problema também que acaba afastando as pessoas, que é Laje ser uma cidade mal cuidada. A coleta de lixo não é boa. Você hoje não tem um ponto turístico em Laje do Muriaé. Se você procurar “Me leva a um ponto turístico em Laje do Muriaé” não tem. Essa preocupação com a limpeza do município, com o embelezamento do município, são coisas que podem parecer bobagem, mas isso faz a diferença quando você vai olhar pra qualidade de vida. Uma pessoa quando escolhe um local pra morar não quer só um emprego. O emprego é importante, a renda, mas ela pensa também em ter um ambiente agradável pra ela passear com sua família, e nós vamos ter um trabalho no sentido de criar a imagem, esta qualidade de vida voltada para o estímulo para que as famílias possam ter locais agradáveis para visitar. Então a gente pretende criar pontos turísticos, pretendemos ter uma cidade mais limpa, mais bela, retirar algumas coisas que às vezes estão enfeando o município e eu chamo isso de dever de casa do município do interior. O município de interior não tem como gerar emprego da noite pro dia, conforme falei, mas você tem que fazer o dever de casa, que é ter uma cidade bonita, uma cidade limpa, uma cidade onde os órgãos funcionem, onde você tem uma saúde com bom atendimento, uma educação de qualidade.
O senhor falou nesta parte do turismo e aqui em Laje tem diversos locais que podem ser explorados, principalmente no que tange ao turismo rural, como cachoeiras, fazendas históricas. O senhor vê este setor crescendo no município?
É uma opção. É uma área que vamos olhar com todo carinho. Temos pontos aqui que são visitados não só pela comunidade, mas por pessoas que vem de fora, mas que não tem infraestrutura nenhuma. Então nós enquanto governantes do município vamos ter interesse em criar esta infraestrutura para que esses locais sejam mais visitados e fomentem o comércio. Pra você ter ideia Laje hoje não tem hotel. É a única cidade do Rio de Janeiro que não tem um hotel e nem uma pousada, nem uma pensão. Se você procurar um lugar pra passar a noite aqui em Laje você não vai achar. Vai depender da hospitalidade do lajense. Então isso é um dado que a gente pretende reverter. A gente quer ver aqui em Laje um hotel, uma pousada, uma pensão. Mas por que não tem isso? Porque não tem ponto turístico. Nós vamos ter que trabalhar para criar esta infraestrutura, pensar no turismo desta forma para a gente ver Laje como uma cidade turística também.
O seu plano de governo também fala da questão da cultura. Fala da Lira da Esperança, folia de reis, carnaval, centro cultural. Como você pretende incentivar este setor cultural?
A cultura é a essência do povo. E na cultura você vai encontrar o gosto, as tradições, os costumes. E é isso que dá identidade ao povo. Cada comunidade do interior do Noroeste Fluminense tem uma característica. E você fomentar as atividades culturais como a Lira da Esperança, como folia de reis, o próprio carnaval, que é um evento cultural, é uma forma de você também fomentar o turismo, porque a cultura está ligada com o turismo. E nós pretendemos ter através da secretaria de cultura e da secretaria de turismo um trabalho intenso no sentido de estruturar estes eventos, estas entidades, para que a cultura em Laje seja algo mais palpável, mais real pro lajense, tratada de forma séria, organizada. E eu acredito que teremos muito sucesso nesta área.
Fonte: http://www.noroesteemrevista.com.br/ner/quando-o-verde-tomou-conta-de-laje/
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Neste sábado às 20h 
no Teatro SESI Itaperuna 
encerrando a programação de 2012 do SESI CULTURAL
 apresentamos o espetáculo "Cachorro",
 uma tragicomédia surpreendente!
 Ingressos a venda.




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Arte de Ser Má e Continuar Amando. Por Rita Côre





Aos colegas de magistério, em fim de ano letivo.   Por Rita Côre.

A frase-título desta postagem parece uma contradição. Mas, os que foram criados antes da permissividade, do desrespeito generalizado, da falta de limites confundida com liberdade de ser - até literalmente alguém não "ser" mais nada - certamente me entenderão. Discute-se muito a qualidade de ensino no Brasil. Onde estará o fundo do poço? Não sei. Quando pensamos que as coisas vão melhorar, volta tudo à estaca zero. Ser ou pretender ser educador é um suplício de Sísifo (cf com o google). Escola e família perderam a autoridade. E o que dá autoridade? Conhecimento, conduta moral, respeito às regras de convivência e daí por diante. Professores perdem o conhecimento, porque a eles já não é dada a oportunidade de construí-los, pois também são o resultado de uma formação pobre. Nesse caso, então, não perdem, pois na verdade não têm. Cria-se um círculo cruel. O PROFESSOR NÃO É VALORIZADO, PORQUE NÃO POSSUI SABERES OU NÃO POSSUI SABERES, PORQUE É DESVALORIZADO? Eu sempre desconfiei de que os professores tivessem "cara de biscoitos Tostines", afinal eles costumam ser triturados e mastigados na sala de aula, às vezes até engolidos pelas turmas e pelo sistema que os engessa e "liberta" os alunos de regras disciplinares. Aliás, não sei por que ainda existem professores, já que é tão fácil copiar tudo na internet e é bem melhor brincar com o celular e outras parafernálias tecnológicas do que estudar. É simplesmente torturante. Onde entra a "arte de ser má e continuar amando"? No momento e no lugar em que especialmente as “tias” dos primeiros anos escolares ou a própria mãe ganham voz e- apenas por amor - tentam educar. O que, no caso da escola, professor e professora passam a ser?Intransigentes, chatos e... Não continuo, porque não acho de bom tom usar os xingamentos com que estudantes, e até algumas famílias, presenteiam esses profissionais, já em séries mais adiantadas. 

Mas, se as mesmas e quixotescas figuras “deixam passar” os abusos, o que são? ‘“Bananas”, pra não usar uma palavra mais comumente repetida nos tristes arraiais das escolas e por filhos insubordinados, em relação aos seus próprios pais. Enfim, se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. Mais um dito popular. O texto está cheio de lugares-comuns. Pobreza de linguagem? Talvez. Mas pode ser um recurso apropriado a um repetitivo e triste ciclo de ação e reação: o clichê da falta de limites em confronto com os que desejam demonstrar que praticar excessos, e o não atendimento a comandos, é mais do que indisciplina, revelam sintoma de despreparo para a vida que nos impõe “stop”, em muitos sinais do trânsito da existência. A criança que não atende a comandos poderá ser um adolescente sem limites, de difícil controle para a família. “Poderá’, pois se lhe for dada a oportunidade de desenvolver o senso crítico, é possível também NÃO OBEDECER A “COMANDOS”, no caso de serem inadequados e perigosos. Discernimento. Eis um caminho para a sabedoria de viver. 

É preciso muito amor e muita coragem para "contrariar", pois ninguém quer ser contrariado. Para rimar, resta-nos uma esperança: a criança. E uma saida: o professor que se faz por si mesmo, que rema contra a maré e teima em fazer a sua parte. Ambos se encontram, a coisa pode dar certo. Aqui ainda se acha a graça da descoberta de pequenas alegrias. Com um grupo reduzido de meninos e meninas é possível trabalhar. Sim, não há dúvida. Mas essa situação é rara. Escolas públicas estão abarrotadas de alunos. Escolas particulares começam a "inchar", pois são procuradas não só pelos que têm mais recursos financeiros, mas também por famílias que, reconhecendo o valor da educação, fazem sacrifício de pagar por ela. Mas diante dos resultados das "rédeas soltas" de um tempo em que tudo era criatividade, como pular no sofá insistentemente, rabiscar as paredes, fazer pirraça - pois não se podia zangar, que a criança ficaria traumatizada - chegamos à era da "Supernanny", pondo ordem no caos. Mas ser Supernanny é cansativo, desgastante, estressante, quando se trata de exercer tal ofício com um grupo, numa escola, e não numa casa bonita do primeiro mundo com um casalzinho de pimpolhos. Mas voltemos ao jovem. Tudo está perdido no mesmo saco? Claro que não. É possível ser um professor carismático e, ao mesmo tempo, respeitado. Este tem suas vantagens, não carece de “academia”, pois de tanto que transpira e se esforça está abaixo do peso. Ao final do dia, está "um trapo". Ou não faz “academia”, também, porque não adianta: tem gula noturna, está sempre com sobrepeso, por mais que malhe ou caminhe. De qualquer forma, nem que seja uma vez ou outra, ele é “malhado”... 

Por enquanto, A “ESCOLA PARA CRIANÇAS” É UM BELO OÁSIS. Mas se perderá no deserto se as demais crianças não tiverem a mesma qualidade de ensino. Qualidade de ensino e formação ética e moral. Compreensão dos perigos e riscos de viver e a inteligência para aplicar esse entendimento responsável ao mundo de relações. O indisciplinado não é livre, é escravo da suas vontades e caprichos. Saber protestar, contestar, é fundamental. Nas causas justas e pelo bem próprio ou comum. Mas o desperdício das forças e pirraças do ego que se sobrepõe a tudo e a todos é mais que desperdício , quando temos a responsabilidade de conduzir crianças à descoberta de si mesmas, como agentes das próprias escolhas, sem se tornarem marionetes de um mundo consumista e mediocrizante. 

Eis um grande desafio. Interferir na hora certa para educar, às vezes dói muito. E porque dói, professores e pais se tornam omissos por medo ou acomodação. É mais confortável deixar pra lá. É gratificante ter fama de “bonzinho, boazinha e legal”. Um barato, fato. Mas costuma sair muito caro. Por isso, especialmente a professora dos primeiros anos escolares não deve ter medo de ser tachada de má ou “brava”, nas interferências que fizer para impor limites aos seus alunos, explicando o porquê de tais medidas disciplinadoras. Porém, nunca é demais lembrar que Autoridade é diferente de mero “autoritarismo”. A autoridade ama, o autoritarismo simplesmente castra. Educar dói, sim. Mas não é missão sacerdotal é exercício de amar verdadeiramente, olhando além das circunstâncias imediatas. Disciplinar, sim. Mas nunca deixar de amar. O resgate, ou conquista, da boa qualidade da “ensinança” depende, e muito, de uma relação de respeito ao professor e de parceria, família/escola. EIS O NATAL para a educação, senão no Brasil, pelo menos por onde andamos e vivemos.



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Uma nova cultura está surgindo?


Itaocara - RJ: O Modo PSOL de Governar!

Na primeira Assembleia Popular do Governo do Povo de Itaocara/RJ, nosso primeiro prefeito eleito, Gelsimar Gonzaga, escolheu através do voto popular os secretários de Saúde e de Educação e deu o tom de como vai ser o seu Governo: as primeiras ações são a criação do Portal da Transparência, a redução de sue próprio salário, a instituição de conselhos populares deliberativos. Gelsimar convoca o povo para estar presente às sessões da Câmara, onde o PSOL elegeu um vereador de 11, para pressionar e garantir que sejam aprovadas as políticas de interesse do povo e não de grupos privados.

Gelsimar vai enchendo a militância do PSOL de orgulho e demonstrando que é possível propor um programa de transição para o socialismo através do Executivo.





Fonte: http://psol50.org.br/blog/2012/11/10/itaocara-rj-o-modo-psol-de-governar/