Programas substituem o material didático convencional
Crianças reagem bem às mídias digitais e se tornam protagonistas de seu próprio aprendizado
Nada de carregar mochilas pesadas cheias de livros de todas as disciplinas. Na escola do futuro, o aluno terá de levar apenas seu caderno ou um pequeno laptop, como o modelo Classmate. As aulas serão dadas com material multimídia, exibido em telões ou lousas eletrônicas. Os exercícios de matemática poderão ser feitos no laboratório de informática da escola, se os alunos não tiverem cada um seu pequeno PC, ou até mesmo em folhas impressas diretamente do kit multimídia.
Essa descrição pode parecer coisa de um futuro distante. Mas não é. A substituição do livro didático em sala de aula é possível hoje mesmo. E num colégio do interior paulista, começará já no próximo ano letivo. “A opção de substituir o material impresso por outras mídias está de acordo com a necessidade da geração de crianças que estão agora na escola”, afirma a psicopedagoga Claudia Alvarenga da Escola Esfera de São José dos Campos (SP). A experiência começará nas turmas do primeiro e segundo anos do ensino fundamental. Nas aulas de matemática e de inglês, as professoras não utilizarão livro-texto ou de exercícios: apenas o software multimídia.
Sem papel
Substituir os livros seria um retorno à transmissão oral do conhecimento, à era pré-livro?
“Definitivamente, não”, responde a coordenadora de ensino fundamental da Escola Esfera. O uso de material multimídia permite maior interatividade do aluno como conteúdo. “Ele se torna protagonista de seu próprio aprendizado”, diz Claudia. O estudante é estimulado constantemente a refletir sobre o conteúdo, percebendo se apreendeu adequadamente ou não. A forma de ensino diferencia-se muito da tradicional, em que o professor fala, o aluno escuta e repete, além de copiar, muitas vezes, o que foi escrito na lousa.
Além disso, ao trabalhar com uma mídia muito semelhante à dos videogames, o aluno tende a se frustrar menos com seus erros e aceita mais facilmente refazer exercícios. “Assim como nos jogos eletrônicos, toda vez que erra, a criança lê a mensagem tente novamente, faça mais uma vez”, diz Claudia. Nos games, a criança repete a mesma fase do jogo diversas vezes a fim de avançar por várias etapas e chegar ao final.
Livros x Multimídia?
O fato de a mídia eletrônica ter condições de substituir o meio impresso não significa que o fim dos livros se aproxima. “Não consideramos os livros obsoletos. Pelo contrário, eles precisam ser mantidos”, diz Claudia.
Conteúdo digital: aluno se frustra menos com erros
A Saraiva, uma das editoras que produz e comercializa material multimídia, defende que os meios impresso e digital não são excludentes. “O livro e a sua portabilidade são essenciais ao aluno”, diz Maurício Fanganiello, diretor de Planejamento e de Educação Multimídia da Editora Saraiva. Na editora, cujo faturamento depende majoritariamente do produto impresso, os produtos das duas mídias sequer competem por clientes. “A missão da editora é prover conteúdo, independentemente da mídia”, afirma o diretor.
Barreiras
A aceitação desse tipo de mídia por escolas ainda não pode ser considerada fácil. Especialmente quando a proposta é substituir o livro didático pelo material digital, a resistência chega em razão de dúvidas e perguntas dos professores diante de uma nova forma de transmitir o conhecimento. A venda do produto pela Editora Saraiva é feita por uma equipe multidisciplinar. “A venda começa com a visita de uma consultora pedagógica à escola”, afirma Fanganiello.
Junto com a direção, a consultora ajudará a identificar as necessidades da escola, de acordo com a proposta do corpo docente. Um analista em informática entra para auxiliar no diagnóstico da melhor forma de apresentação do conteúdo ao aluno. Só depois dessas duas fases é que começa a negociação comercial. “A venda desse tipo de produto leva meses. É muito diferente da venda de livros, uma mídia que o professor já conhece muito bem”, diz o diretor.
Fonte:
Nada de carregar mochilas pesadas cheias de livros de todas as disciplinas. Na escola do futuro, o aluno terá de levar apenas seu caderno ou um pequeno laptop, como o modelo Classmate. As aulas serão dadas com material multimídia, exibido em telões ou lousas eletrônicas. Os exercícios de matemática poderão ser feitos no laboratório de informática da escola, se os alunos não tiverem cada um seu pequeno PC, ou até mesmo em folhas impressas diretamente do kit multimídia.
Essa descrição pode parecer coisa de um futuro distante. Mas não é. A substituição do livro didático em sala de aula é possível hoje mesmo. E num colégio do interior paulista, começará já no próximo ano letivo. “A opção de substituir o material impresso por outras mídias está de acordo com a necessidade da geração de crianças que estão agora na escola”, afirma a psicopedagoga Claudia Alvarenga da Escola Esfera de São José dos Campos (SP). A experiência começará nas turmas do primeiro e segundo anos do ensino fundamental. Nas aulas de matemática e de inglês, as professoras não utilizarão livro-texto ou de exercícios: apenas o software multimídia.
Sem papel
Substituir os livros seria um retorno à transmissão oral do conhecimento, à era pré-livro?
“Definitivamente, não”, responde a coordenadora de ensino fundamental da Escola Esfera. O uso de material multimídia permite maior interatividade do aluno como conteúdo. “Ele se torna protagonista de seu próprio aprendizado”, diz Claudia. O estudante é estimulado constantemente a refletir sobre o conteúdo, percebendo se apreendeu adequadamente ou não. A forma de ensino diferencia-se muito da tradicional, em que o professor fala, o aluno escuta e repete, além de copiar, muitas vezes, o que foi escrito na lousa.
Além disso, ao trabalhar com uma mídia muito semelhante à dos videogames, o aluno tende a se frustrar menos com seus erros e aceita mais facilmente refazer exercícios. “Assim como nos jogos eletrônicos, toda vez que erra, a criança lê a mensagem tente novamente, faça mais uma vez”, diz Claudia. Nos games, a criança repete a mesma fase do jogo diversas vezes a fim de avançar por várias etapas e chegar ao final.
Livros x Multimídia?
O fato de a mídia eletrônica ter condições de substituir o meio impresso não significa que o fim dos livros se aproxima. “Não consideramos os livros obsoletos. Pelo contrário, eles precisam ser mantidos”, diz Claudia.
Conteúdo digital: aluno se frustra menos com erros
A Saraiva, uma das editoras que produz e comercializa material multimídia, defende que os meios impresso e digital não são excludentes. “O livro e a sua portabilidade são essenciais ao aluno”, diz Maurício Fanganiello, diretor de Planejamento e de Educação Multimídia da Editora Saraiva. Na editora, cujo faturamento depende majoritariamente do produto impresso, os produtos das duas mídias sequer competem por clientes. “A missão da editora é prover conteúdo, independentemente da mídia”, afirma o diretor.
Barreiras
A aceitação desse tipo de mídia por escolas ainda não pode ser considerada fácil. Especialmente quando a proposta é substituir o livro didático pelo material digital, a resistência chega em razão de dúvidas e perguntas dos professores diante de uma nova forma de transmitir o conhecimento. A venda do produto pela Editora Saraiva é feita por uma equipe multidisciplinar. “A venda começa com a visita de uma consultora pedagógica à escola”, afirma Fanganiello.
Junto com a direção, a consultora ajudará a identificar as necessidades da escola, de acordo com a proposta do corpo docente. Um analista em informática entra para auxiliar no diagnóstico da melhor forma de apresentação do conteúdo ao aluno. Só depois dessas duas fases é que começa a negociação comercial. “A venda desse tipo de produto leva meses. É muito diferente da venda de livros, uma mídia que o professor já conhece muito bem”, diz o diretor.
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