sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Olimpíada Brasileira de Matemática - 24/10 em Itaperuna





Acontece amanhã, 24 de outubro, sábado, a 2ª Etapa da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), em Itaperuna. O evento será a partir das 14h30min, na E. M. Francisco de Mattos Ligiéro.

A 2ª fase consiste na aplicação de prova discursiva para os alunos que tiveram o desempenho melhor na 1ª fase, cabendo à escola fazer a seleção, estabelecendo critérios de desempate que serão aplicados quando necessário, de modo a não exceder sua cota de 5% em cada nível. No dia 11 de dezembro sairá a lista dos premiados.

Nós, do Outra Revista, desejamos a todos os participantes uma excelente prova!

E através do poema de Millôr Fernandes, aproveitamos para lembrar que com matemática também se pode fazer poesia...



Poesia Matemática


Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
“Quem és tu?”, indagou ele
em ânsia radical.
“Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa.”
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta!


.


Um comentário:

neivaldo disse...

Gosto muito da poesia do Millôr, em especial dessa. Porém, existe um erro de definição nela. Na verdade, não é a hipotenusa que é igual a soma do quadrado dos catetos e sim o quadrado dela. Ou seja, o quadrado da hipotenusa é igual a soma dos quadrados dos catetos.
Um grande abraço a todos.