quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Professores da rede estadual do Rio decidem manter greve




Grevistas classificaram o aumento como "deboche"


(Foto: Carolina Lauriano / G1)




Paralisados há quase 2 meses, categoria reivindica aumento de 26% no RJ.A partir de segunda-feira (1º), faltosos terão pontos descontados.




Os profissionais das escolas estaduais do Rio de Janeiro, parados há 58 dias, decidiram manter a greve da categoria após assembleia realizada nesta quarta-feira (3) na Fundição Progresso, no Centro do Rio. Eles rejeitaram a proposta do governo estadual de reajuste de 3,5% para os professores.

Na segunda-feira (1º) o secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, havia informado o reajuste de 3,5% a partir de setembro - valor distante dos 26% que a classe reivindicava. Ele informou também que a partir de segunda-feira quem permanecer em greve será descontado no salário.

Nova Escola também faz parte do projeto de lei apresentado na tarde de segunda-feira pelo secretário à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a antecipação em um ano da gratificação do Nova Escola para os professores da rede; o anúncio de um novo concurso para docentes, com 1.500 vagas em 2011 e 500 vagas em 2012; e também o descongelamento da carreia (aumento da variação entre os níveis de salários dos profissionais) para os servidores técnico-administrativos.

Wilson Risolia explicou que somando a antecipação do Nova Escola com o novo reajuste (que será feito em cima do salário já com a gratificação incorporada) o aumento real será de 13,02%. Os inativos estão incluídos nas novas medidas.

O reajuste anunciado significa um aumento de R$ 99,70 no salário base do profissional com 16 horas semanais, que passará de R$ 765,66 para R$ 865,36.

Além disso, o secretário disse que, dentro de 15 dias, 4.441 novos professores chegarão à rede estadual para suprir as atuais carências nas escolas.

'É um deboche', dizem professores

Mais de 20 barracas seguiam montadas na Rua da Ajuda na segunda-feira (1º). O grupo classificou como "deboche" o reajuste apresentado pelo governo.

"Acho muito legal ele (secretário) ter se mexido e dado um passo, mas isso é um deboche", definiu Roberto Simões, professor de Educação Física do Colégio Estadual João Alfredo, em Vila Isabel, na Zona Norte da cidade. Com 27 anos na escola, o salário atual dele é de R$ 1.204,78. Alunos também protestam no local.

Segundo a categoria, a greve vai continuar apesar do anúncio do corte do ponto. "A gente não pode andar para trás, vamos continuar a greve", disse a professora de matemática Fabiana Gonzaga, acrescentando que a escola João Alfredo está sem água.

Ao saber do reajuste de 3,5%, a diretora do Sepe-RJ, Maria Oliveira da Penha, professora aposentada, fez duras críticas ao secretário. "Ele não cumpriu uma promessa feita. Com esse reajuste, vai continuar o acampamento até 2014, pode ter certeza".

Greve há quase 2 mesesA categoria paralisou as atividades em sala de aula no dia 7 de junho. O ápice da greve foi no dia 12 de julho, quando um grupo invadiu o prédio da Secretaria de Educação, no Centro da cidade. O tumulto foi contido pelo Batalhão de Choque, que chegou a jogar gás de pimenta para dispersar a multidão.

Do lado de fora do prédio, um grupo decidiu, em protesto, ficar acampado até ser recebido pelo Secretário de Educação.

Fonte:http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/08/professores-da-rede-estadual-do-rio-decidem-manter-greve.html








.

Nenhum comentário: